O Dia da Indústria, celebrado em 25 de maio, é mais do que uma data simbólica. É um momento de reflexão e, especialmente neste ano, de reconhecimento ao protagonismo que o setor produtivo deve recuperar na economia brasileira.
A indústria de máquinas e equipamentos enfrentou junto com demais setores produtivos, os desafios da desindustrialização, provocada pela falta de competitividade, pelas dificuldades de acesso ao crédito a custos competitivos e precisa voltar a crescer sustentadamente. Nos primeiros meses de 2025, registramos um desempenho positivo, impulsionado pela melhora do consumo das famílias, mas que corre o risco de ser anulado pela política monetária contracionista.
Nesse contexto, o programa Nova Indústria Brasil (NIB), ao priorizar a reindustrialização sustentável, a inovação tecnológica e a agregação de valor à produção nacional, é de fundamental importância. O NIB pretende criar um ambiente favorável para o crescimento da indústria de transformação e por meio de linhas de financiamento específicas para a indústria, estimular a modernização, a digitalização e a adoção de tecnologias mais limpas.
A indústria de máquinas e equipamentos, neste cenário, tem um papel estratégico, pois fornece as ferramentas que permitem que todos os outros setores da economia, do agronegócio à construção civil, da mineração à indústria de alimentos, possam se modernizar, ganhar produtividade e crescer de forma sustentável.
No entanto, é preciso reconhecer que, apesar do programa bem desenhado, ainda há desafios estruturais importantes a serem superados. O Brasil precisa avançar na redução dos elementos que compõe o Custo Brasil, que comprometem a competitividade da indústria nacional. A elevada carga tributária, os elevados custos dos insumos produtivos e logísticos, a insegurança jurídica e o excesso de burocracia continuam sendo entraves que precisam ser enfrentados com determinação.
Além disso, para que o crescimento seja sustentável e consistente no longo prazo, é fundamental consolidar um ambiente de negócios mais seguro, estável e previsível, que incentive o investimento produtivo, a inovação e o desenvolvimento tecnológico.
Neste Dia da Indústria, é preciso reconhecer que investir na produção nacional é uma escolha econômica e de desenvolvimento do país. A indústria gera empregos qualificados, promove inovação, estimula a sustentabilidade e fortalece a soberania econômica.
Mas isso exige, além de políticas industriais consistentes, reformas estruturantes, um compromisso firme com o equilíbrio macroeconômico que garantam competitividade, segurança jurídica, eficiência produtiva e um cenário de crescimento econômico sustentado.
O crescimento econômico não pode ser fruto do acaso. Precisa ser resultante de setores que acreditam no Brasil, que investem, que inovam e que demonstram sua capacidade de liderar a transformação necessária.
Que este seja o novo ciclo, em que a indústria, especialmente a de máquinas e equipamentos, seja protagonista da construção de um Brasil mais produtivo, competitivo e sustentável.
Gino Paulucci Jr. é engenheiro, empresário e presidente do Conselho de Administração da ABIMAQ